Ontem à noite, estive na livraria Saraiva e entre os novos livros encontrei um com várias poesias. Uma coletânea. Abri em uma pagina e vi a Poesia de Ferreira Gular. Matei a saudade ao ler Traduzir-se de Ferreira Gullar. Essa poesia foi musicada por Fagner. Vale a pena a reflexão.
http://www.youtube.com/watch?v=N5KjaLa9pLE&feature=related
Traduzir-se (Ferreira Gullar)
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
wilson
paz e bem!
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